CÂNCER COLORRETAL (CÂNCER DO INTESTINO GROSSO)
»»Introdução - Epidemiologia - Causas do Câncer Colorretal
»»Fatores de risco para o câncer do cólon e do reto
»»Fatores protetores para câncer colorretal
»»Programas de rastreamento do câncer colorretal
»»Apresentação clínica do câncer colorretal
»»Diagnóstico do câncer colorretal
»»Colonoscopia no diagnóstico do câncer colorretal
»»Estadiamento do câncer colorretal
»»Fatores prognósticos do câncer colorretal
»»Fatores determinantes para o prognóstico do câncer colorretal
»»Gerenciamento pré-operatório do câncer colorretal
»»Tratamento - Cirurgia Curativa
»»Cirurgia de acordo com a localização do câncer colorretal
»»Cirurgia para a câncer de reto
»»Cirurgia de urgência para obstrução ou perfuração
»»Cirurgia convencional e videolaparoscópica
»»Tratamento multidisciplinar
»»Tratamento Paliativo
»»Acompanhamento após o tratamento do câncer colorretal
»»Preparo para a colonoscopia
No mundo e no Brasil, o câncer colorretal é a terceira neoplasia maligna mais comumente diagnosticada e a quarta principal causa de morte por câncer.
Para o Brasil, estimam-se 17.380 casos novos de câncer colorretal em homens e 18.980 em mulheres para cada ano. Esses valores correspondem a um risco estimado de 16,83 casos novos a cada 100 mil homens e 17,90 para cada 100 mil mulheres. O câncer colorretal é o terceiro mais frequente em homens e o segundo entre as mulheres no Sudeste. No Sudeste, esse número é cerca de duas vezes maior.
|
2- Se você tiver dois membros da família de primeiro grau com câncer colorretal, o risco é 2,7 vezes maior do que se você não tinha membros da família com câncer colorretal.
3- O risco é ainda maior se os familiares foram diagnosticados com câncer de cólon em uma idade com menos de 60 anos.
ᴥ»Doença hereditária, com transmissão autossômica dominante, sendo assim, pessoas com FAP têm 50% de chance de passar a condição para o seu filho. A condição poderá ser passada, mesmo que o paciente tenha o seu cólon e reto removido. As crianças que não herdam a condição de seu pai não podem passá-la para seus filhos.
ᴥ»Cerca de um terço das pessoas com FAP não tem um dos pais acometido, portanto, tem uma mutação espontânea e podem passar FAP para os seus filhos. VEJA MAIS AQUI!
1- Um membro seja parente em 1º grau dos outros dois.
2- Pelos menos 2 gerações sucessivas acometidas.
3- Pelo menos um dos casos de câncer colorretal diagnosticado abaixo dos 50 anos.
4- Polipose adenomatosa familiar deve ser excluída.
2- Indivíduos com 2 cânceres relacionados com HNPCC, incluindo câncer colorretal metacrônicos e sincrônicos ou cânceres extra cólicos associados.
3- Indivíduos com câncer colorretal e um parente de 1º grau com câncer colorretal ou câncer extra cólico relacionado com HNPCC e/ou adenoma colorretal (um dos cânceres diagnosticado abaixo dos 45 anos e os adenomas abaixo dos 40 anos).
4- Indivíduos com câncer colorretal ou endometrial diagnosticado abaixo dos 45 anos.
5- Indivíduos com câncer de cólon direito com padrão histológico indiferenciado abaixo dos 45 anos.
6- Indivíduos com câncer colorretal com células em anel de sinete diagnosticado abaixo dos 45 anos.
7- Indivíduos com adenomas diagnosticados antes dos 40 anos.
8- Cânceres extra cólicos associados: endométrio, ovário, estômago, hepatobiliar, intestino delgado, células de transição da pelve renal ou ureter.
VEJA DETALHES AQUI!
VEJA DETALHES AQUI!
VEJA DETALHES AQUI!
ᴥ» Como a aspirina ou AINEs podem proteger contra o câncer colorretal não é bem compreendida;
ᴥ» A dose mínima e a duração para atingir o efeito protetor ainda são incertas na síndrome de Lynch;
ᴥ» Finalmente, se os AINEs são benéficos para a prevenção em todos os subgrupos de pacientes, não está claro.
O programa Bem-Estar da Rede Globo de Televisão mostrou os riscos, o diagnóstico precoce e a prevenção do Câncer Colorretal. VEJA O PROGRAMA AQUI!
|
1- Sintomas e/ou sinais suspeitos;
2- Indivíduos assintomáticos descobertos pela triagem de rotina;
3- Admissão de emergência com obstrução intestinal, peritonite ou, raramente, sangramento gastrointestinal agudo.
Entretanto, há uma pequena diferença entre os tipos de sangramento. Na hemorroida o sangue vivo não se encontra misturado às fezes, ao passo que no câncer do intestino o sangue de cor viva vem misturado às fezes.
➤ Presença de sangue e/ou secreção nas fezes: vivo (hematoquezia) ou escuro (melena).
➤ Hemorragia digestiva baixa (sangramento anal sem fezes).
➤ Sensação de que o intestino não esvaziou após uma evacuação ou esforço ineficaz para evacuação.
➤ Dor no abdome inferior e/ou na região perianal associado ou não a alteração do hábito intestinal.
➤ Presença de gases intestinal causando distensão e dor abdominal.
➤ Mudança na consistência e/ou forma das fezes.
➤ Perda de peso (emagrecimento).
➤ Anemia ferropriva (deficiência de ferro devido à perda de sangue visível ou oculto).
➤ Fraqueza, palidez na pele e nas mucosas, cansaço, falta de memória, tonturas, dores musculares, sonolência, falta de ar ou respiração muito curta, palpitação e taquicardia, porque o coração é obrigado a bater mais depressa.
➤ Tenesmo retal, sensação de constante necessidade de defecar, apesar do reto estar vazio.
O diâmetro do cólon é maior, as paredes mais finas e mais distensível e as fezes são líquidas, a massa tumoral demora mais tempo para ocupar toda a luz intestinal, retardando o início dos sinais e sintomas. Os principais são anemia e alteração do ritmo intestinal com predomínio da diarreia.
O diâmetro é menor, as paredes mais espessas e pouco distensível, a massa tumoral ocupa toda a luz mais rápido causando obstrução parcial com sinais e/ou sintomas mais precoces como: alteração do ritmo intestinal com predominância da constipação intestinal, ou seja, prisão de ventre até obstrução total.
Os principais sinais e sintomas são o sangramento e tenesmo (vontade frequente de ir ao banheiro mesmo sem fezes).
1- A relutância do paciente em procurar atendimento médico porque tende a não dar importância aos sinais e/ou sintomas.
2- A alguns médicos não estarem familiarizados com as doenças colorretais e assim, podem não interpretar corretamente os sinais e/ou sintomas.
Os estudos retrospectivos avaliando o período pré-colonoscopia com o pós-colonoscopia, quanto ao grau de invasão tumoral na parede intestinal (classificação de Dukes), ao diagnosticar o câncer colorretal encontraram os seguintes resultados:
Nos pacientes diagnosticados no período pós-colonoscopia, os mais avançados (Dukes C) diminuíram de 78% para 52% enquanto aumentaram os intermediários (Dukes B) de 18% para 32% e os menos avançados (Dukes A) de 4% para 16%. |
• Homens adultos: Não fumante: até 3,4 ng/mL / Fumantes: até 6,2 ng/mL
• Mulheres adultas:Não fumante: até 2,5 ng/mL / Fumantes: até 4,9 ng/mL
Quando usado para diagnóstico de câncer colorretal na população geral, para cada caso de câncer colorretal diagnosticado com o CEA e confirmado com biópsia, temos 250 falso-positivos.
➤ Doenças hepáticas: alcoolismo, hepatite crônica ativa, doença biliar primária;
➤ Doenças do trato digestivo: úlcera péptica, pancreatite, diverticulite, doença inflamatória intestinal;
➤ Doenças pulmonares: bronquite e enfisema;
➤ Outras doenças: insuficiência renal, tabagismo.
➤ Outros cânceres: pâncreas, estômago, pulmão ou mama.
➤ Cirurgia, quimioterapia e radioterapia podem causar aumentos transitórios do CEA.
2- Os níveis séricos de CEA têm utilidade prognóstica em pacientes com câncer colorretal recém diagnosticado.
Pacientes com CEA sérico pré-operatório > 5 ng/mL apresentam pior prognóstico, estágio por estágio, do que aqueles com níveis mais baixos, embora pelo menos alguns dados sugiram que um CEA pré-operatório elevado que normalize após a ressecção não seja um indicador de mau prognóstico. Níveis de CEA no pós-operatório deve ser realizado para pacientes com doença nos estágios II e III a cada 3 meses nos primeiros 2 anos de depois a cada 6 meses até completar os 5 anos.
3- Níveis elevados de CEA no pré-operatório que não normalizam após a ressecção cirúrgica implicam a presença de doença persistente e a necessidade de avaliação adicional.
4- Um aumento do nível de CEA após a ressecção cirúrgica implica doença recorrente e deve solicitar imagens radiológicas de acompanhamento. Aumentos maiores que 12,6% ao mês, em amostras seriadas, correlacionam-se com maior probabilidade de recorrência de neoplasias colorretais.
5- O aumento do CEA pode ser observado de 2 a 18 meses antes da detecção clínica da recidiva, isto é, pode preceder evidências de metástases em exames de imagem. Os níveis séricos de CEA têm também mostrado correlação com resposta tumoral ou progressão em pacientes que se submetem a quimioterapia ou radioterapia.
ᴥ» Se há sinais de câncer disseminados no exame físico ou nos exames de imagem radiográfica.
ᴥ» Resultados da ressecção cirúrgica e exame histológico dos tecidos ressecados.
1- Níveis séricos pré-operatórios de antígeno carcinoembrionário (CEA).
2- Escore de regressão tumoral, que reflete a resposta patológica à radioterapia pré-operatória, quimiorradioterapia ou quimioterapia e o status da margem de ressecção circunferencial dos cânceres retais.
3- Invasão linfovascular e perineural.
4- Instabilidade microssatélites, que reflete a deficiência de enzimas de reparo de incompatibilidade e é um bom fator prognóstico e preditivo de uma falta de resposta à terapia com fluoropirimidina. Ele também identifica pacientes que podem responder aos inibidores do ponto de verificação no cenário de doença metastática avançada. Status de mutação do KRAS, NRASe BRAF, porque mutações nesses genes estão associadas à falta de resposta a agentes direcionados ao receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR).
1- Localização do(s) local(ais) de recorrência da doença em pacientes que apresentam um nível CEA sérico elevado e avaliação de imagem convencional não diagnóstica após tratamento primário. Nesse cenário, a PET pode potencialmente localizar a doença oculta, permitindo a seleção de pacientes que podem se beneficiar da cirurgia.
2- Avaliação de pacientes que se pensa estarem presentes ou futuros candidatos à ressecção de metástases hepáticas câncer colorretal isoladas. O uso rotineiro do PET antes da tentativa de ressecção reduz o número de laparotomias não terapêuticas.
Quando o câncer colorretal está restrito na camada mais superficial (mucosa), não ultrapassando a muscular da mucosa. Nessa camada não existem linfáticos e, portanto o risco de metástase não existe. O diagnóstico é quase que exclusivamente realizado em exame de laboratório do pólipo retirado com a colonoscopia em pacientes sem sintomas sugestivos de câncer colorretal ou em pacientes pertencentes aos grupos de risco.
|
O câncer colorretal invasivo é considerado precoce quando as células neoplásicas invadem e se restringem à camada submucosa da parede do cólon ou do reto, isto é, vão além da lâmina própria (cório), mas não comprometem a camada muscular própria, não importando a presença de metástase em linfonodos. Nesta camada existem vasos linfáticos e venosos, portanto existe risco de metástase em sintêmica (linfonodos e hematogênica).
|
ᴥ» Nível 0 corresponde ao carcinoma in situ;
ᴥ» Nível 1 corresponde a invasão da muscular da mucosa limitada à cabeça do pólipo; ᴥ» Nível 2 corresponde à invasão do colo do pólipo (o colo é definido como a região do pedículo onde se dá a transição entre o componente adenomatoso e o revestimento epitelial normal); ᴥ» Nível 3 corresponde à invasão da haste ou pedículo; e ᴥ» Nível 4 corresponde à invasão da submucosa da parede intestinal na base do pólipo. As lesões sésseis com câncer invasivo restrito à submucosa (T1) e nível 4 de Haggitt são subdividido em: ᴥ» sm1 - invasão do terço mais superficial da submucosa, atingindo somente a camada muscular da mucosa; ᴥ» sm2 - invasão do terço médio; ᴥ» sm3 - invasão superficial da muscular própria. |
➤ Câncer invasivo em qualquer situação não é considerado curado e a cirurgia clássica (colectomia segmentar) está indicada na maioria porque o risco de comprometimento linfonodal.
➤ Adenocarcinomas mucinosos, células em anel de sinete e medulares;
➤ Tumor pouco diferenciado ou indiferenciado;
➤ Invasão linfática, venosa e perineural;
➤ Nível 4 de Haggitt;
➤ Nível de invasão Sm3;
➤ Tumores presentes na margem de ressecção e invasão submucosa ≥ 1 mm (alto risco de recorrência local).
Borrmann I - Lesão polipoide ou vegetante, bem delimitada.
Borrmann II - Lesão ulcerada, bem delimitada, de bordas elevadas. Borrmann III - Lesão ulcerada, infiltrativa em parte ou em todas as suas bordas. Borrmann IV - Lesão difusamente infiltrativa, não se notando limite entre o tumor e a mucosa normal. |
Histologicamente | bem diferenciado (20%) | moderadamente diferenciado (60%) | indiferenciado ou pouco diferenciado (20%) |
Metástase pra linfonodos | 25% | 50% | 80% |
Sobrevida em 5 anos | 77%, | 61% | 29% |
ᴥ» Adenocarcinoma serrilhado;
ᴥ» Adenocarcinoma do tipo adenoma;
ᴥ» Adenocarcinoma micropapilar;
ᴥ» Adenocarcinoma mucinoso;
ᴥ» Carcinoma pouco coeso;
ᴥ» Carcinoma de células de anel de sinete;
ᴥ» Adenocarcinoma medular;
ᴥ» Carcinoma adenoescamoso;
ᴥ» Carcinoma indiferenciado, SOE;
ᴥ» Carcinoma com componente sarcomatoide.
ᴥ» Grau 1- Bem diferenciado (> 95% de formação de glândulas);
ᴥ» Grau 2- Moderadamente diferenciado (formação de glândulas de 50 a 95%);
ᴥ» Grau 3- Pouco diferenciado (<50% de formação de glândulas);
ᴥ» Grau 4- Indiferenciado (sem formação de glândulas ou mucinas (sem diferenciação escamosa ou neuroendócrina).
A revisão mais recente da classificação de estadiamento TNM está descrita abaixo.
A categoria pTis inclui invasão estromal de células malignas através da lâmina própria na mas não através da mucosa muscular. Isso é exclusivo do intestino grosso e justifica-se porque a mucosa colorretal, diferentemente da mucosa em outras partes do trato gastrointestinal (GI) e em outros órgãos, carece de linfáticos estromais. Como resultado, os tumores que invadem a mucosa muscular não têm acesso à vasculatura linfática regional e não podem fazer metástases por essa via.
|
ᴥ» Reação inflamatória mesotelial e/ou hiperplásica com tumor próximo à superfície serosa;
ᴥ» Tumor presente na superfície serosa com reação inflamatória, hiperplasia mesotelial e/ou erosão ou ulceração;
ᴥ» Células tumorais livres na superfície serosa do peritônio com ulceração subjacente do peritônio visceral.
ᴥ» R0- Ressecção completa do tumor com todas as margens histologicamente não envolvidas;
ᴥ» R1- Ressecção incompleta do tumor com comprometimento da margem da ressecção cirúrgica microscópica (margens grosseiramente não envolvidas);
ᴥ» R2- Ressecção incompleta do tumor com tumor residual bruto que não foi ressecado (tumor primário, linfonodos regionais ou envolvimento da margem macroscópica).
ᴥ» Incapacidade de definir os limites da invasão tumoral e/ou distinguir tecido normal do maligno pelo exame a olho nu de uma lâmina microscópica da borda;
ᴥ» No exame microscópico da borda do tumor, disseminação do tumor por toda a espessura da muscular própria.
A "brotação" do tumor é outra característica específica da borda do tumor que é definida como aglomerados microscópicos de células cancerígenas indiferenciadas. Especialmente quando é extensa, pode ter um valor prognóstico pior.
A melhor prática é entregar ao paciente um resumo por escrito dessas informações. No início, o cirurgião deve informar os objetivos da cirurgia proposta. O tipo de corte, a tamanho das feridas e a anatomia envolvida e os vários aspectos da cicatrização das feridas.
Avaliação do estado cardiovascular é especialmente importante quando um procedimento laparoscópico colorretal é considerado.
2. Ligadura alta do mesocólon, próximo à origem da artéria principal que nutre o segmento ressecado, com o objetivo de retirar o maior número possível de linfonodos.
3. Ressecção completa em monobloco na suspeita de comprometimento de órgãos e/ou estruturas vizinhas à lesão.
4. A retirada dos ovários é considerada apenas em mulheres na menopausa.
5. Aproximadamente 50% dos pacientes com câncer colorretal desenvolvem metástase à distância (estagio IV) no decorrer da doença, ou seja, quando no diagnóstico ou nos meses ou anos que se segue ao tratamento.
1- A quimioterapia pode diminuir as metástases, aumentando a taxa de ressecabilidade quando cerca de 13% tornam-se ressecáveis;
2- Embolização da veia porta percutânea do parênquima a ser ressecado: hipertrofia do restante perfundido, pode ser usado quando a estimativa remanescente for < 35%, para evitar insuficiência hepática pós-op. Estabilização da hipertrofia em 4 a 6 semanas. Cerca de 20% tornam-se ressecáveis;
3- Hepatectomias em dois estágios: metástase nos dois lobos, impossíveis de ser retirados de uma vez. Primeiro estágio: retira-se o maior número possível de lesões quando se segue a hipertrofia do restante e 3 semanas após realiza-se quimioterapia sistêmica (para não interferir na regeneração). Segundo estágio: apenas quando for curativa pelos critérios acima em 3 a 6 meses;
4- Hepatectomia de repetição: 60% a 70% recidivam e 1/3 é limitada ao fígado. Mesmo tecnicamente mais difícil, têm-se o ganho na sobrevida.
1- Critérios: tumor primário controlado sem outras metástases e lesões passíveis de ressecção cirúrgica completa pela tomografia computadorizada com parênquima restante suficiente.
2- Cirurgia: são lesões periféricas possibilitando ressecções em cunha com margem de 1 a 2 cm ou segmentectomias ou lobectomias para lesões maiores ou centrais.
Colectomia direita estendida com anastomose ileocólica
Colectomia direita estendida é realizada nos casos em que o câncer está localizado no cólon direito proximal até no cólon transverso médio. Isto requer a remoção do íleo terminal, ceco, cólon ascendente, curvatura hepática e uma parte do cólon transverso. O íleo terminal e o cólon transverso distal são anastomosados. |
Colectomia subtotal com anastomose ileorretal
Colectomia total ou subtotal na presença de câncer colorretal sincrônicos (simultâneos), desde que as condições clínicas do paciente permitam. A incidência de câncer colorretal sincrônicos (simultâneos) varia de 1,5 a 8%. Esta variação se deve à falta de uniformidades de critérios diagnósticos e a diferenças na população estudada. |
O estadiamento pré-operatório preciso determinando a distância do esfíncter anal, a profundidade de invasão da parede do reto e o comprometimento ou não de linfonodos é essencial na escolha do procedimento cirúrgico adequado. A ressonância magnética e ultrassom endorretal são os principais exames diagnósticos utilizados para o estadiamento do tumor.
|
O tumor deve ser moderado ou bem diferenciado e ser T1 na ultrassonografia transretal ou não ressonância magnética. O ideal e obter uma margem de 1 cm de mucosa macroscopicamente normal além da borda do tumor, apesar de 5 mm ser aceitável. É ressecada toda a parede retal junto com gordura perirretal. A ressecção transanal local reduz as complicações perioperatórias e preserva as funções urinárias, anorretal e sexual.
Estudos demonstram taxa de sobrevivência de 90% em 5 anos livre de recidiva em pacientes com tumor retal T1 bem ou moderadamente diferenciados, sem invasão venosa ou linfática.
|
É indicada para as lesões localizadas nos dois terços superiores do reto. Nesta cirurgia o esfíncter anal pode ser poupado com realização da anastomose coloanal baixa no nível do assoalho pélvico.
A- Ressecção anterior baixa; B e C- Anastomose coloanal; D- Construção de bolsa em J criando um reservatório. |
É usada quando a lesão é na parte mais baixa do reto, tipicamente envolvendo o esfíncter anal ou margem distal insuficiente de 1,5 a 2,0 cm. Uma colostomia terminal definitiva permite a drenagem dos resíduos fecais através de uma abertura na parede abdominal. Amputação abdominoperineal:
A- Ressecção do ânus, reto e sigmóide distal; B- Colostomia definitiva |
O diagnóstico depende de imagens que demonstrem ar fora do trato gastrointestinal no abdome (pneumoperitônio) ou complicações associadas à perfuração , como abscesso intra-abdominal ou formação de fístula gastrointestinal. O RX simples do tórax e do abdome é geralmente eficaz. Desvantagem da radiografia simples é que, embora a perfuração possa ser demonstrada, a fonte da perfuração geralmente não pode ser localizada.
|
A modalidade de imagem mais útil é a tomografia computadorizada (TC), é altamente sensível e específica para ar extraluminal, e geralmente pode ser realizada rapidamente e podem demonstrar quantidades menores de ar extraluminal. A TC ajuda a localizar o local, identificando a descontinuidade da parede intestinal, o local do vazamento de contraste luminal, o nível de obstrução intestinal e o ar na parede intestinal ou no espessamento da parede intestinal com ou sem massa ou abscesso inflamatório associado ou fístula.
|
●Sepse abdominal, agravamento ou dor abdominal contínua e/ou sinais de peritonite difusa.
●Isquemia intestinal.
●Obstrução intestinal completa ou em alça fechada.
O stent (endoprótese endoscópica) consiste em uma prótese de metal auto expansiva (10 a 12 cm x 23 mm). É colocada com o auxílio do colonoscópio e da fluoroscopia (RX – intensificador de imagem).
1- Na obstrução completa pode-se usar o cateter biliar de 5F e contrastar a porção proximal da obstrução e avaliar a sua extensão.
2- Pode-se usar ou não um dilatador, antes de se colocar o stent (endoprótese endoscópica) .
3- Realiza-se a injeção de contraste hidrossolúvel na margem proximal do tumor para marcar a extremidade distal do stent (endoprótese endoscópica) .
4- Passa-se o guia metálico através e além do tumor e sobre ele o cateter com o stent(endoprótese endoscópica) .
5- Complicações: migração do stent (mais frequente) e a perfuração.
Introdução de um cateter através da obstrução guiado por um fio guia metálico sob controle radiológico. Lelcuk em 1986 usou em três pacientes com sucesso e por Rattan em 1989 com sucesso em seis de nove pacientes. Todos com obstrução baixa (retossigmóide).
A- Cateter; B- Passagem do fio guia metálico sob controle radiológico por colonoscopia; B- Passagem do cateter sob o fio guia além da obstrução, ponto marcado com injeção de contraste na margem distal do tumor; C- insuflação do balão seguido da lavagem e drenagem da porção do cólon proximal a lesão descomprimindo o cólon.
|
Para paliação, o intestino pode ser descomprimido por uma colostomia em alça no transverso ou por uma (stent) endoprótese endoscópica. Para lesões do lado esquerdo, o stent colônico é a opção de escolha, caso a lesão esteja acessível e que um endoscopista com experiência adequada esteja disponível para realizar o procedimento.
|
A colocação de uma sonda no ceco (cecostomia) é uma alternativa para a descompressão colônica, mas essa opção raramente é usada devido a problemas com o cuidado contínuo da sonda, que frequentemente obstrui. No entanto, para pacientes com baixa expectativa de vida, a cecostomia ainda pode ser uma opção razoável (lesões do lado direito ou esquerdo). O procedimento é realizado usando anestésico local em uma sala de intervenção ou sala de cirurgia usando orientação fluoroscópica.
|
2- Cirurgia a Hartmann. Consiste da ressecção de segmento colônico com câncer colorretal obstrutivo sem anastomose primária, com fechamento do coto distal e abertura de colostomia proximal ao segmento ressecado.
A - Ressecção anterior baixa com colostomia temporária, B - Anastomose colorretal subsequente; C - Restauração da continuidade do trato GI. |
As complicações são as mesmas da via aberta: sangramento, infecção, fistula (vazamento na emenda do intestino), lesão de ureter e outros órgãos e embolia.
1. 5 Fluorouracil/Leucovorin durante 6 meses (NCCTG );
2. 5 Fluorouracil/Leucovorin em altas doses semanais durante 6 meses (NSABP);
3. 5 Fluorouracil/Levamisole durante 1 ano.
Pacientes com estadio II, o tratamento adjuvante ainda é controverso, porém estudos do NSABP indicam uma redução do risco de recidiva com uma vantagem de 2% em sobrevida livre em 5 anos para os pacientes tratados com terapia adjuvante com 5 Fluorouracil, quando comparados com grupos controle sem tratamento.
ᴥ» 2ª consulta: 1 mês;
ᴥ» Consultas a cada 3 meses nos primeiros 2 anos;
ᴥ» consultas a cada 6 meses por mais 2 anos e então anualmente.
É recomendado a cada três a seis meses durante cinco anos. Este exame de sangue que detecta os níveis de proteína CEA. Altos níveis de CEA podem indicar que um câncer se espalhou para outras partes do corpo.
A tomografia computadorizada do abdome e do tórax é recomendada a cada ano durante três anos. Se você tiver um alto risco de recorrência, seu médico poderá recomendar tomografias a cada seis a 12 meses nos primeiros três anos. Para o câncer de reto, a tomografia pélvica também é recomendada.
Esse teste permite ao médico procurar pólipos ou segundo câncer colorretal com um colonoscópio (um tubo flexível e iluminado). Você deve receber uma colonoscopia um ano após a cirurgia. A frequência com que você precisa desse teste depende dos resultados do teste anterior. Por exemplo, se pólipos forem encontrados, talvez seja necessário fazer outra colonoscopia mais cedo. No entanto, em geral, esse teste será realizado a cada três anos.
Neste teste, um sigmoidoscópio (um tubo flexível e iluminado) é inserido no reto do paciente para verificar pólipos, câncer e outras anormalidades. Se você teve câncer retal, mas não recebeu radioterapia na pelve, este teste é recomendado a cada seis meses. Embora a retossigmoidoscopia possa ser recomendada, mesmo que você tenha feito terapia de radiação para câncer retal, mas isso depende do risco de recorrência.
1- Exame físico e teste CEA a cada três a seis meses;
2- Tomografia computadorizada de abdome e tórax a cada ano (a cada seis a 12 meses para pacientes com alto risco de recorrência);
3- Para pacientes com câncer de reto, a TC pélvica a cada seis a 12 meses
4- Colonoscopia um ano após a cirurgia;
5- Retosigmoidoscopia a cada seis meses para pacientes com câncer retal que não receberam radioterapia na pelve.
1- Exame físico e teste CEA a cada três a seis meses;
2- Tomografia computadorizada a cada ano (a cada seis a 12 meses para pacientes com alto risco de recorrência);
3- Para pacientes com câncer retal, a TC pélvica a cada seis a 12 meses;
4- Retossigmoidoscopia a cada seis meses para pacientes com câncer retal que não receberam radioterapia na pelve.
1- Exame físico e teste CEA a cada três a seis meses;
2- Tomografia computadorizada a cada ano (a cada seis a 12 meses para pacientes com alto risco de recorrência);
3- Para pacientes com câncer retal, a TC pélvica a cada seis a 12 meses;
4- Retossigmoidoscopia a cada seis meses para pacientes com câncer retal que não receberam radioterapia na pelve.
1- Exame físico e teste CEA a cada três a seis meses;
2- Para pacientes com câncer retal, a tomografia pélvica a cada ano;
3- Retossigmoidoscopia a cada seis meses para pacientes com câncer retal que não receberam radioterapia na pelve.
2- De que testes de acompanhamento precisarei e com que frequência precisarei deles?
3- Quem coordenará meus cuidados de acompanhamento?
4- Se eu mudar ou precisar mudar de médico, como posso continuar meu cronograma de acompanhamento recomendado?
5- Com que frequência precisarei de testes CEA? Onde isso será feito?
6- Com que frequência preciso de uma tomografia computadorizada? Onde isso será feito?
7- Com que frequência preciso de uma colonoscopia? Quem fará e onde será feito?
8- Com que frequência preciso de uma retossigmoidoscopia (apenas câncer retal)?
9- Quais sinais e sintomas devo prestar atenção?
10- Que tipo de assistência de acompanhamento eu preciso além de cinco anos após o tratamento?
11- Onde posso encontrar mais informações sobre os cuidados de acompanhamento?
A dieta sem resíduos inicia-se dois dias antes e não no dia anterior.
BAIXE AQUI O PREPARO ESPECIAL PARA O CONSTIPADO GRAVE!⟱
BAIXE PREPARO ESPECIAL DE URGÊNCIA AQUI!⟱
2. Preparo para pacientes com COLOSTOMIA com o coto retal: fazer o preparo igual aos demais pacientes, mas realizar também a lavagem do coto retal com o Fleet enema ou Phosfoenema---130ml---2 unidades.
BAIXE A RECEITA AQUI!⟱